Era dia de visitar o museu com a
turma do colégio e todos estavam empolgados, menos eu. Só de entrar já dava
para sentir um clima carregado na atmosfera. Na sala da segunda guerra mundial,
comecei a me sentir pior. Ao bater os olhos nos objetos dos soldados eu já
comecei a ver as cenas de horror dos campos de batalha.
-Vamos, não estou me sentindo muito bem. Professor, quero sair deste lugar...
Quando nos dirigíamos para a saída, a porta subitamente se fechou e fiquei preso sozinho. Tudo ficou cinza. Ao meu redor só ficaram os bonecos de cera com uniformes camuflados e a artilharia pesada apontada para mim.
-Ei, não me deixem aqui sozinho. Cadê vocês?
Fiquei forçando a porta, em desespero para fugir, quando uma voz disse às minhas costas:
-Desertor! Aonde pensa que vai?
Virei-me para ver quem havia dito aquilo, prevendo ser algum amigo me assustando, e um soldado estava ali, em pé, com várias perfurações pelo corpo e sangue coagulado na roupa. Segurava uma metralhadora e parte de seu rosto estava com terríveis queimaduras.
Eu corri para a outra porta, mas ela também estava trancada. O soldado continuou a me ameaçar:
-Não pense em fugir!
Ele vinha em minha direção apontando a arma, e desesperado eu gritava para que alguém me salvasse.
-Salvar você?
Dava para sentir o cheiro de carne queimada conforme ele chegava mais perto.
-Você não me salvou quando podia, soldado. Eu morri por sua causa!
-Não! - gritei. -Eu sou só um menino, nunca lutei em nenhuma guerra. Por favor me deixe ir...
Ele ainda insistiu:
-Você não lembra, mas eu sim. Era você quem devia me cobrir para me proteger do fogo inimigo, mas ficou parado lá, como um covarde, e eles me acertaram. Você vai pagar por isso!
Foi então que me lembrei de alguns sonhos que eu tinha constantemente, sobre abandonar um amigo à morte em um campo de guerra.
De repente tudo ficou escuro e desmaiei. Acordei com o professor sobre mim, me reanimando, enquanto meus colegas riam e faziam piadinhas.
-Você está bem? O que aconteceu?
Eu estava caído exatamente ao lado da foto em preto e branco de dois jovens soldados sorridentes exibindo suas armas. Havia uma frase escrita à caneta sobre o papel fotográfico: "Irmãos para sempre - 1942".
-Vamos, não estou me sentindo muito bem. Professor, quero sair deste lugar...
Quando nos dirigíamos para a saída, a porta subitamente se fechou e fiquei preso sozinho. Tudo ficou cinza. Ao meu redor só ficaram os bonecos de cera com uniformes camuflados e a artilharia pesada apontada para mim.
-Ei, não me deixem aqui sozinho. Cadê vocês?
Fiquei forçando a porta, em desespero para fugir, quando uma voz disse às minhas costas:
-Desertor! Aonde pensa que vai?
Virei-me para ver quem havia dito aquilo, prevendo ser algum amigo me assustando, e um soldado estava ali, em pé, com várias perfurações pelo corpo e sangue coagulado na roupa. Segurava uma metralhadora e parte de seu rosto estava com terríveis queimaduras.
Eu corri para a outra porta, mas ela também estava trancada. O soldado continuou a me ameaçar:
-Não pense em fugir!
Ele vinha em minha direção apontando a arma, e desesperado eu gritava para que alguém me salvasse.
-Salvar você?
Dava para sentir o cheiro de carne queimada conforme ele chegava mais perto.
-Você não me salvou quando podia, soldado. Eu morri por sua causa!
-Não! - gritei. -Eu sou só um menino, nunca lutei em nenhuma guerra. Por favor me deixe ir...
Ele ainda insistiu:
-Você não lembra, mas eu sim. Era você quem devia me cobrir para me proteger do fogo inimigo, mas ficou parado lá, como um covarde, e eles me acertaram. Você vai pagar por isso!
Foi então que me lembrei de alguns sonhos que eu tinha constantemente, sobre abandonar um amigo à morte em um campo de guerra.
De repente tudo ficou escuro e desmaiei. Acordei com o professor sobre mim, me reanimando, enquanto meus colegas riam e faziam piadinhas.
-Você está bem? O que aconteceu?
Eu estava caído exatamente ao lado da foto em preto e branco de dois jovens soldados sorridentes exibindo suas armas. Havia uma frase escrita à caneta sobre o papel fotográfico: "Irmãos para sempre - 1942".
Posted by L.F. Riesemberg