terça-feira, 28 de agosto de 2012




Precisa-se de mão de obra para construir um País
Pablo Teach
(não é de João Ubaldo Ribeiro)
    Como é difícil construir uma grande nação com mão de obra desqualificada. Temos um ótimo terreno, boa matéria prima, já até pegamos o dinheiro com agiotas internacionais para construí-las, mas definitivamente falta mão de obra qualificada.
    Dizia o Premier Churchill, “todo povo tem o governo que merece”. Deveras que estava certíssimo a respeito.
    A crença anterior era que Collor não servia como também não serviu Itamar e FHC, agora dizemos que Lula não serve.
    E o que vier após o Lula também não servirá, aposto isso com você.
    Por isso começo a suspeitar que o problema não estivesse no ladrão que era Collor nem na farsa que é o Lula.
    O problema esta em nós como POVO!!!
    O brasileiro taxa os políticos como desonestos, sem qualificação e preguiçosos e logo fico a imaginar como seria uma leva de políticos honestos, bem qualificados e trabalhadores querendo construir um grande país sem mão de obra qualificada.
    Nossa brasilinidade nos ensina a arte de sermos individualistas e espertos.
    Moro num país onde o telefone público externo jamais poderá ter uma lista telefônica, onde o usuário procura pelo numero e após achá-lo deixa a lista onde está, sem levá-la para casa, tampouco vendê-la como quilo de papel .
    Pertenço a um pais onde não se pode perder uma passagem de ônibus pois provavelmente o espertalhão que a acha-la logo se encaminhará para o guichê da empresa querendo, SEU DINHEIRO DE VOLTA PORQUE NÃO IRÁ MAIS VIAJAR, onde as pessoas pouco importam se quem perdeu tem dinheiro para comprar outra passagem .
    Onde empresário desonestos donos de empresas de ônibus reencarroça ônibus com quase 30 anos de uso na intenção de iludir o passageiro que o ônibus é todo novo, quando na verdade apenas a carroceria é nova.
    Um país que tem um exercito inútil na paz e incapaz na guerra, onde seus comandantes ao invés de fazer treinamento tático para evitar fazer vergonha com fizeram na campanha de Canudos e na Guerrilha do Araguaia gastam seu tempo tramando golpes como fizeram em 1930 e 1964 .
    Queremos construir num terreno onde não existe terremoto, maremoto, tsunami, furações, vulcões e tremores de terra uma grande nação com funcionários públicos que saqueiam as repartições publicas a fim de levar papéis, borrachas, clipes, canetas, e tudo que se puder carregar para casa e repartir com seus parentes e vizinhos.
    Onde quando convocado para depor numa CPI o depoente insiste em repetir durante todo o depoimento um sonoro NÃO SEI RESPONDER, SENHOR PRESIDENTE.
    Onde banheiros públicos não podem ter sabonete, toalha de rosto e papel higiênico porque seus usuários ou fazem mal uso desses objetos OU SIMPLESMENTE OS COLOCA NA BOLSA E OS LEVA PARA CASA.
    Um país onde a maior autoridade (o presidente da república) é taxada pela imprensa estrangeira como alcoólatra, e dá infelizes entrevistas como aquela que ele desincetiva a leitura.
    Onde cada praça destes pais tem que ter ao menos 4 vigilantes se alternada para evitar que algum espertalhão leve a TV da praça para casa, bem como o vaso sanitário e as plantas mais interessantes.
    Nascido aqui me entristeço, pois que Lula renunciasse ainda hoje logo seu sucessor terá que trabalhar com a mesma falta de matéria prima.
    NÃO! NÃO! NÃO! , já é hora de dar um basta neste “JEITO ESPERTO DE SER BRASILEIRO” é hora de revermos nossos qualidades como seres humanos, quero pertencer a um pais onde a “ESPERTEZA” NÃO é uma moeda tão ou mais valorizada que o dólar.
    Quero pertencer a um pais onde ficar rico da noite para o dia não será uma virtude mais apreciada que formar uma família baseada no respeito aos demais.

Abraços a todos
Pablo Teach
Movimento legalista Muda Já

Drogas




AS DROGAS
V.M. Rabolú

        Vamos tratar de um assunto que representa um papel de muita importância, que nem a ciência, nem os governos, nem ninguém conseguiu uma fórmula apropriada para acabar com este flagelo que está consumindo a maior parte da humanidade, incluindo a juventude mais do que tudo. É o flagelo da droga!
        Vocês sabem que a droga está disseminada por todo o planeta e muito mais entre os jovens. Caíram por ignorância, ou buscando algo superior dentro da droga e, em realidade, a droga é algo não somente nocivo para o corpo físico ou tridimensional, senão para a parte espiritual, por isso vou permitir-me dar-lhes uma pequena explicação do que pude conseguir investigar fora da parte tridimensional e ver todos os estragos que a droga está fazendo.
        Vemos muito bem que um jovem começa a ingerir a droga e em curto tempo está feito um velho decrépito, porque a droga afeta a parte sexual. A pessoa chega à impotência sexual prematuramente. Por quê? Se se inala pelo nariz, a respiração está conectada diretamente com a parte sexual, com a energia, e é lógico que vai acabando com a parte sexual; ao acabar com a energia, acaba com a vida rapidamente.
        Se passarmos os olhos ao corpo vital, ou corpo etérico, à quarta coordenada, o corpo vital de uma pessoa comum e corrente é visto resplandecente, brilhante. Em troca, num drogado vai-se descolorindo, desintegrando-se essa parte vital. Vai perdendo seu brilho, até ficar um cadáver.
        O vital, sabemos que é o que vitaliza ou que dá vida e repara o corpo físico, nos momentos em que o corpo descansa e dorme. Se perdermos a parte vital, é lógico que estamos à beira do cemitério.
        Se passarmos à quinta dimensão, vemos o corpo astral do drogado que anda como um idiota, como um louco desenfreado, fazendo e desfazendo. E se olhamos dentro desse corpo astral, o que chamamos o ego, os demônios que levamos dentro de nós, estão num grande festim. Por quê? Porque a pessoa, por meio da droga, está alimentando esses elementos psíquicos que nós desejamos destruir. Em troca, a droga é um alimento para eles.
        Se passarmos ao corpo mental e examinamos o cérebro de um drogado, vemos totalmente destruídos os tecidos do cérebro do corpo mental. Vão-se abrindo gretas e vão apodrecendo, destruindo-se a si mesmos e o resultado é a repercussão na parte física, na qual a pessoa se desequilibra e comete barbaridades, por causa do desequilíbrio mental, pela ruptura do corpo mental.
        E existe algo mais grave ainda, se passamos ao mundo causal. A essência começa a sofrer as conseqüências das drogas, porque ela anda superadormecida. Anda como um bêbado que já vai cair ao solo. Assim se vê a essência de um drogado.
        De modo que observem não somente os danos tridimensionais, senão internamente os estragos que a droga faz sobre uma pessoa que se dedica ao seu consumo. Isso é grave!
         Existem muitas pessoas no Movimento Gnóstico que passaram por esta experiência da droga. Essas pessoas demorarão muito mais tempo em despertar a consciência. Até que por meio da própria energia vão curando, pouco a pouco, todas estas atrocidades que fez a droga dentro deles mesmos. São destroços nos corpos internos.
        De modo que estas pessoas demorarão um pouco mais. Porém vemos como se recuperam. No trabalho com os três fatores vai-se recuperando o corpo físico, vai-se recuperando o corpo vital, e assim sucessivamente. À medida que a pessoa vai trabalhando, vai recuperando os diferentes corpos e assim poderá chegar a ser uma pessoa normal e capacitada para trabalhar e libertar-se.
        De modo que, pois, isto é algo que se devia publicar nos jornais em todas as partes, nos meios de difusão, para o bem da humanidade, e muito mais da juventude, que é o povo de amanhã. A nossa esperança é a juventude e não devemos deixá-la sucumbir por nossa inatividade.
        Dentro do Movimento Gnóstico entraram muitíssimos drogados, já muitas vezes até loucos. E com o trabalho dos três fatores se regeneraram e voltaram verdadeiramente a ser pessoas normais, úteis para a sociedade.
        O que acontece é que a um drogado se deve fazer mudar de cidade ou do povoado ao qual ele pertence, para tirá-lo desse círculo, porque eles se associam por grupos para se drogar e todas essas coisas. Tirá-lo desses lugares para outro bairro, ou cidade, onde não tenha essa associação, não tenha esse contato. Pois eles, ao se verem sós, abandonam mais facilmente o vício. O que eles não podem é dentro de seu próprio bairro ou cidade abandoná-lo, posto que por onde quer que se metam, encontram companheiros que lhas oferecem, os provocam, e voltam outra vez a cair na droga.
        Porém, se os tiram do povoado, que se vão a outro lugar, respondem muito bem, porque todos querem deixar a droga. O que acontece é que não encontram como faze-lo.
         Então, vamos indicar-lhes, por exemplo, que mudem primeiramente do lugar onde se encontram e assim eles podem afastar-se desse companheirismo e abandonar a droga, porque assim nós o temos feito e deu muito bons resultados.
        Não existe outra fórmula especial, posto que são três fatores. Ensinar-lhes a trabalhar com a morte do ego, pois há mudanças neles e se arrependem, deixam estes vícios.

Recomeçar




Recomeçar

Não importa onde você parou,
em que momento da vida você cansou,
o que importa é que sempre é possível
e necessário "Recomeçar". 
Recomeçar é dar uma nova 
chance a si mesmo.
É renovar as esperanças na vida
e o mais importante:
acreditar em você de novo.

Sofreu muito nesse período?
Foi aprendizado.

Chorou muito?
Foi limpeza da alma.

Ficou com raiva das pessoas?
Foi para perdoá-las um dia.

Sentiu-se só por diversas vezes?
É por que fechaste a porta até para os outros.

Acreditou que tudo estava perdido?
Era o início da tua melhora.

Pois é!
Agora é hora de iniciar,
de pensar na luz,
de encontrar prazer nas coisas simples de novo.

Que tal um novo emprego?
Uma nova profissão?
Um corte de cabelo arrojado, diferente?
Um novo curso,
ou aquele velho desejo de apender a pintar,
desenhar,
dominar o computador,
ou qualquer outra coisa?

Olha quanto desafio.
Quanta coisa nova nesse mundão
de meu Deus te esperando.

Tá se sentindo sozinho?
Besteira!
Tem tanta gente que você afastou
com o seu "período de isolamento",
tem tanta gente esperando apenas um
sorriso teu para "chegar" perto de você.

Quando nos trancamos na tristeza nem
nós mesmos nos suportamos.
Ficamos horríveis.
O mau humor vai comendo nosso fígado,
até a boca ficar amarga.

Recomeçar!
Hoje é um bom dia para começar
novos desafios.

Onde você quer chegar?
Ir alto.
Sonhe alto,
queira o melhor do melhor,
queira coisas boas para a vida.
pensamentos assim trazem para nós
aquilo que desejamos.

Se pensarmos pequeno,
coisas pequenas teremos.

Já se desejarmos fortemente o melhor
e principalmente lutarmos pelo melhor,
o melhor vai se instalar na nossa vida.

E é hoje o dia da Faxina Mental.
Joga fora tudo que te prende ao passado,
ao mundinho de coisas tristes,
fotos,
peças de roupa,
papel de bala,
ingressos de cinema,
bilhetes de viagens,
e toda aquela tranqueira que guardamos
quando nos julgamos apaixonados.
Jogue tudo fora.
Mas, principalmente,
esvazie seu coração.
Fique pronto para a vida,
para um novo amor.

Lembre-se somos apaixonáveis,
somos sempre capazes de amar
muitas e muitas vezes.
Afinal de contas,
nós somos o "Amor".

( Não é de Carlos Drummond de Andrade)

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A descoberta do mundo






O que eu quero contar é tão delicado é tão delicado quanto a própria vida. E eu queria poder usar delicadeza que também tenho em mim, ao lado da grossura de camponesa que é o que me salva.
Quando criança, e depois adolescente, fui precoce em muitas coisas. Em sentir um ambiente, por exemplo, em aprender a atmosfera íntima de uma pessoa. Por outro lado, longe de precoce , estava em incrível atraso em relação a outras coisas importantes. Continuo aliás atrasada em muitos terrenos. Nada posso fazer: parece que há em mim um lado infantil que não cresce jamais.
Até mais que treze anos, por exemplo, eu estava em atraso quanto ao que os americanos chamam de fatos da vida. Essa expressão se refere à relação profunda de amor entre um homem e uma mulher, da qual nascem os filhos. Ou será que eu adivinhava mas turvava minha possibilidade de lucidez para poder, sem me escandalizar comigo mesmo, continuar em inocência a me enfeitar para os meninos? Enfeitar-me aos onze anos de idade consistia em lavar o rosto tantas vezes até que a pele esticada brilhasse. Eu me sentia pronta, então. Seria minha ignorância um modo sonso e inconsciente de me manter ingênua para poder continuar, sem culpa, a pensar nos meninos? Acredito que sim. Porque eu sempre soube coisas que nem eu mesma sei que sei.
As minhas colegas de ginásio sabiam de tudo e inclusive contavam anedotas a respeito. Eu não entendia mas fingia compreender para que elas não me desprezassem e à minha ignorância.
Enquanto isso, sem saber da realidade, continuava por puro instinto a flertar com os meninos que me agradavam, a pensar neles. Meu instinto precedera a minha inteligência.
Até que um dia, já passados os treze anos, como se só então eu me sentisse madura para receber alguma realidade que me chocasse, contei a uma amiga íntima o meu segredo: que eu era ignorante e fingira de sabida. Ela mal acreditou, tão bem eu havia fingido. Mas terminou sentindo minha sinceridade e ela própria encarregou-se ali mesmo na esquina de me esclarecer o mistério da vida. Só que também ela era um amenina e não soube falar de um modo que não ferisse a minha sensibilidade de então. Fiquei paralisada olhando para ela, misturando perplexidade, terror, indignação, inocência mortalmente ferida. Mentalmente eu gaguejava: mas por quê? Mas por quê? O choque foi tão grande – e por uns meses traumatizante – que ali mesmo na esquina jurei alto que nunca iria me casar.
Embora meses depois esquecesse o juramento e continuasse com meus pequenos namoros.
Depois, com o decorrer de mais tempo, em vez de me sentir escandalizada pelo modo como uma mulher e um homem se unem, passei a achar esse modo de uma grande perfeição. E também de grande delicadeza. Já então eu me transformara numa mocinha alta, pensativa, rebelde, tudo misturado a bastante selvageria e muita timidez.
Antes de me reconciliar com o processo da vida, no entanto, sofri muito, o que poderia ter sido evitado se um adulto responsável se tivesse encarregado de me contar como era o amo. Esse adulto saberia como lidar com uma alma infantil sem martirizá-la com a surpresa, sem obrigá-la a ter toda sozinha que se refazer para de novo aceitar a vida e os seus mistérios.
Porque o mais surpreendente é que, mesmo depois de saber de tudo, o mistério continua intacto. Embora eu saiba que de uma planta brotar um flor, continuo surpreendida com os caminhos secretos da natureza. E se continuo até hoje com pudor não é porque ache vergonhoso, é pudor apenas feminino.
Pois juro que a vida é bonita.
( Clarice Lispector)

A DESCOBERTA DE UMA CRIANÇA




Tudo ia muito bem até que Godofredo entrou na minha aula, pediu licença e foi falar com D. Cecília Paim. Só sei que ele apontou para a flor da  jarra. Depois saiu. Ela então olhou para mim com tristeza.Quando a aula terminou, chamou-me.- Quero falar contigo, Zezé. Espera um pouco.Ficou a arrumar a bolsa. Via-se que não estava com vontade nenhuma de me falar e procurava coragem. Finalmente decidiu-se.- Godofredo contou-me uma coisa muito feia de ti, Zezé. É verdade?- Da flor? É sim, senhora.- Como é que fazes?- Levanto-me mais cedo e passo junto do jardim da casa do Serginho. Quando o portão está só encostado, entro depressa e roubo uma flor. Mas há lá tantas que nem faz falta.- Sim, mas isso não está certo. Não deves voltar a fazer isso. Não é um roubo, mas já é um pequeno furto.- Não é, não, D. Cecília. O mundo não é de Deus? Tudo o que há no mundo não é de Deus? Então, as flores são de Deus também... E eu sou filho de Deus.Ela ficou espantada com a minha lógica.- Só assim é que eu podia, senhora professora. Em minha casa não há jardim. Uma flor custa dinheiro...   E eu não queria que a mesa da senhora ficasse sempre de  jarra vazia.Ela engoliu em seco.- De vez em quando a senhora não me dá dinheiro para comprar um bolo recheado?...- Poderia dar-te todos os dias, mas tu somes-te...- Eu não podia aceitar todos os dias...- Porquê?- Porque há outros meninos pobres que também não trazem merenda.Ela tirou o lenço da bolsa e passou-o, disfarçadamente, nos olhos. As lágrimas estavam descendo.- Tu vais prometer-me uma coisa, Zezé, porque tens um coração maravilhoso.- Eu prometo, mas não quero enganar a senhora: eu não tenho um coração maravilhoso. A senhora diz isso porque não me conhece lá em casa.- Não tem importância. Para mim tens. Daqui em diante não quero que me tragas mais flores. Só se ganhares alguma. Prometes?- Prometo sim, senhora. E a jarra? Vai ficar sempre vazia?- Essa  jarra nunca vai ficar vazia. Quando eu olhar para ela é como se lá visse sempre a flor mais linda do mundo.JOSÉ MAURO DE VASCONCELOS - O meu Pé de Laranja Lima (adaptado)