quarta-feira, 5 de setembro de 2012

MENSAGEM DO VELHO AO MOÇO



Você já foi criança um dia... Mas os anos se dobraram e fizeram de você um jovem, quase um adulto...
E agora você me olha com certo desprezo só porque muitos anos se dobraram para mim e hoje eu sou um velho...
Você observa minhas mãos trêmulas e encarquilhadas e se esquece que foram as primeiras a acariciar as suas, inseguras na infância.
Critica os meus passos lentos, vacilantes, esquecendo-se de que foram eles que orientaram seus primeiros passos.
Reclama quando lhe peço para ler uma palavra que meus olhos já não conseguem vislumbrar com precisão, esquecido das várias palavras que eu repeti inúmeras vezes para que você aprendesse a falar.
Fala da lentidão das minhas decisões, esquecendo-se de que suas primeiras decisões foram por elas balizadas.
Diz que eu sou um velho desatualizado, mas eu confesso que pensei muito pouco em mim, para fazer de você um homem de bem.
Reclama da minha saúde debilitada, mas creia, muito trabalho foi preciso para garantir a sua.
Ri quando não pronuncio corretamente uma palavra, mas eu lhe afirmo que esqueci de mim mesmo, para que você pudesse cursar uma Universidade.
Diz que não possuo argumentos convincentes em nossos raros diálogos, todavia, muitas foram as vezes que advoguei em seu favor nas situações difíceis em que se envolvia.
Hoje você cresceu...
É um moço robusto e a juventude lhe empolga as horas...
Esqueceu sua infância, seus primeiros passos, suas primeiras palavras, seus primeiros sorrisos...
Mas acredite, tudo isso está bem vivo na memória deste velho cansado, em cujo peito ainda pulsa o mesmo coração amoroso de outrora...
É verdade que o tempo passou, mas eu nem me dei conta...
Só notei naquele dia... Naquele dia em que você me chamou de velho pela primeira vez, e eu olhei no espelho...
Lá estava um velho de cabelos brancos, vincos profundos na face e um certo ar de sabedoria que na imagem de ontem não existia.
Por isso eu lhe digo, meu jovem, que o tempo é implacável, e um dia você também contemplará o espelho e perceberá que a imagem nele refletida não é mais a que hoje você admira...
Mas você sentirá que em seu peito o coração ainda pulsa no mesmo compasso...
Que o afeto que você cultivou não se desvaneceu...
Que as emoções vividas ainda podem ser sentidas como nos velhos tempos...
Que as palavras amargas ainda lhe ferem com a mesma intensidade...
E que apesar dos longos invernos suportados, você não ficou frio diante da indiferença dos seres que embalou na infância...
Por isso que eu lhe aconselho, meu filho:
Não ria nem blasfeme do estado em que eu estou, eu já fui o que você é, e você será o que eu sou...
Aquele que despreza seus velhos, é como galho que deixa o tronco que o sustenta tombar sem apoio.
A ingratidão para com os que nos sustentaram na infância é semente de amargura lançada no solo, para colheita futura.
Assim, façamos aos nossos velhos o que gostaríamos que nos fizessem quando a nossa idade já estiver bastante avançada.
Pensemos nisso!

(autor desconhecido)

A IMPORTÂNCIA DE SER VOCÊ MESMO!





Certo dia, um Samurai, que era um guerreiro muito orgulhoso, veio ver um Mestre Zen. Embora fosse muito famoso, ao olhar o Mestre, sua beleza e o encanto daquele momento, o Samurai sentiu-se repentinamente inferior. Ele então disse ao Mestre:
- "Por que estou me sentindo inferior? Apenas um momento atrás, tudo estava bem. Quando aqui entrei, subitamente me senti inferior e jamais me sentira assim antes. Encarei a morte muitas vezes, mas nunca experimentei medo algum. Por que estou me sentindo assustado agora?"
O Mestre falou:
- "Espere. Quando todos tiverem partido, responderei."
Durante todo o dia, pessoas chegavam para ver o Mestre, e o Samurai estava ficando mais e mais cansado de esperar. Ao anoitecer, quando o quarto estava vazio, o Samurai perguntou novamente:
- "Agora o senhor pode me responder por que me sinto inferior?"
O Mestre o levou para fora. Era uma noite de lua cheia e a lua estava justamente surgindo no horizonte. Ele disse:
- "Olhe para estas duas árvores: a árvore alta e a árvore pequena ao seu lado. Ambas estiveram juntas ao lado de minha janela durante anos e nunca houve problema algum. A árvore menor jamais disse à maior: 'Por que me sinto inferior diante de você?' Esta árvore é pequena e aquela é grande - este é o fato, e nunca ouvi sussurro algum sobre isso."
O Samurai então argumentou:
- "Isto se dá porque elas não podem se comparar."
E o Mestre replicou:
- "Então não precisa me perguntar. Você sabe a resposta. Quando você não compara, toda a inferioridade e superioridade desaparecem. Você é o que é e simplesmente existe. Um pequeno arbusto ou uma grande e alta árvore, não importa, você é você mesmo. Uma folhinha da relva é tão necessária quanto a maior das estrelas. O canto de um pássaro é tão necessário quanto qualquer Buda, pois o mundo será menos rico se este canto desaparecer. Simplesmente olhe à sua volta. Tudo é necessário e tudo se encaixa. É uma unidade orgânica: ninguém é mais alto ou mais baixo, ninguém é superior ou inferior. Cada um é incomparavelmente único. Você é necessário e basta. Na Natureza, tamanho não é diferença. Tudo é expressão igual de vida!"

(Autor desconhecido

A árvore torta




Um dia, diante da velha árvore torta, um pinheiro todo vergado pelo tempo, o sábio da aldeia ofereceu a sua própria casa para aquele discípulo que “conseguisse ver o pinheiro na posição correta”.
Todos se aproximaram e ficaram pensando na possibilidade de ganhar a casa e o prestígio, mas como seria  “enxergar o pinheiro na posição correta”? O mesmo era tão torto que a pessoa candidata ao prêmio teria que ser no mínimo contorcionista.
Ninguém ganhou o prêmio e o velho sábio explicou ao povo ansioso, que ver aquela árvore em sua posição correta era “vê-la como uma árvore torta”. 
Só isso! Nós temos em nós, esse jeito, essa mania de querer “consertar as coisas, as pessoas, e tudo mais” de acordo com a nossa visão pessoal. Quando olhamos para uma árvore torta é extremamente importante enxergá-la como árvore torta, sem querer endireitá-la, pois é assim que ela é. se você tentar “endireitar” a velha árvore torta, ela vai rachar e morrer, por isso é fundamental aceitá-la como ela é.
Nos relacionamentos é comum um criar no outras expectativas próprias,  esperar que o outro faça aquilo que ele “sonha” e não o que o outro pode oferecer. Sofremos antecipadamente por criarmos expectativas que não estão alcance dos outros. 
Porque temos essa visão de “consertar” o que achamos errado. 
Se tentássemos enxergar as coisas como elas realmente são, muito sofrimento seria poupado.
Os pais sofreriam menos com os seus filhos, pois os conhecendo, não colocariam expectativas que são suas, na vida dos mesmos, gerando crianças doentes, frustradas, rebeldes e até vazias.
Tente, pelo menos tente ver as pessoas como elas realmente são, pare de imaginar como elas deveriam ser, ou tentar consertá-las da maneira que você acha melhor. O torto pode ser a melhor forma de uma árvore crescer.
Não criei mais dificuldades no seu relacionamento, se vemos as coisas como elas são muitos dos nossos problemas deixam de existir, sem mágoas, sem brigas, sem ressentimentos.
e para terminar, olhe para você mesmo com os “olhos de ver” e enxergue as possibilidades, as coisas que você ainda pode fazer e não fez. Pode ser que a sua árvore seja torta aos olhos das outras pessoas, mas pode ser a mais frutífera, a mais bonita, a mais perfumada da região, e isso, não depende de mais ninguém para acontecer, depende só de você.
Pense nisso!

Paulo Roberto Gaefke