Brasileiros preferem floresta em pé
Ricardo Young
Ricardo Young
Brasileiros preferem floresta em pé. Pelo menos é o que aponta pesquisa encomendada pela ONG Amigos da Terra ao Instituto Datafolha. De acordo com levantamento, 94% dos entrevistados querem o fim do desmatamento na Amazônia, mesmo que isso implique brecar a produção agropecuária (e, possivelmente, com isso aumentar os preços dos produtos derivados da atividade). A pesquisa denominada “A Visão da População Brasileira sobre Desmatamento” levou em conta uma amostra de 2.055 pessoas, com margem de erro de 2%. Portanto, não é exagero concluir que já é consenso nacional que parar o desmatamento é entendido como prioridade nacional e não encontra restrição nem mesmo na possibilidade de aumento de preço por diminuição da atividade agropecuária. O desmatamento zero é a opção da maioria, independente de renda, escolaridade, gênero, idade e classificação econômica. A porcentagem mínima de aprovação ao fim do desmatamento foi de 89%, entre aqueles com mais de 50 anos, ou 90%, entre a classe D; a maior, 98%, entre as pessoas abaixo de 50 anos nas classes A/B.
Outro dado importante e que consta da pesquisa “A Visão da População Brasileira sobre Certificação Florestal e Agropecuária”, também da Amigos da Terra/ Datafolha, é que, se pudessem adquirir um produto florestal, 81% prefeririam adquirir um produto certificado, mesmo que o preço seja maior.
Estes estudos mostram que houve uma evolução positiva do conhecimento da população brasileira a respeito dos temas da Amazônia, inclusive certificação, algo mais complexo. Em 2006, quando foi feita a primeira sondagem a respeito dos temas, 1% dos entrevistados conhecia o FSC (Forest Stewardship Council), principal selo de certificação para produtos florestais. Hoje, entre 20 e 22% conhecem a organização e o selo.
Em suma, baseando-se nestas pesquisas, podemos afirmar que a população brasileira quer o fim do desmatamento para evitar os custos dos desastres ambientais. Mostra-se favorável a leis mais rígidas para punir os infratores e está disposta até mesmo a pagar mais pelos produtos.
Estes dados me fazem refletir sobre o atual estágio da gestão socialmente responsável no Brasil. Em que pesem as práticas avançadas de um grupo importante de empresas, de um modo geral elas, empresas, estão fazendo menos do que a sociedade delas espera. As práticas poderiam estar mais disseminadas pelas cadeias produtivas e os impactos delas no mercado, mais perceptíveis. Evidente que o Estado tem um importante papel a cumprir, na indução, na fiscalização e na punição também. Mas o empresariado pode fazer a sua parte — que não é pequena — sem aguardar pelo aparelho institucional. Como? Uma das maneiras é comprometendo-se com iniciativas como os compromissos empresariais de controle das cadeias da soja, da madeira e da carne. Estes compromissos foram articulados pelo “Fórum Amazônia Sustentável” e o “Movimento Nossa São Paulo”, durante o seminário “Conexões Sustentáveis: São Paulo — Amazônia”, realizado na capital paulista em outubro do ano passado. O evento reuniu empresários, representantes da sociedade civil e poder público para alertar sobre as responsabilidades e o papel de cada setor na preservação da floresta amazônica. Um estudo realizado pela ONG “Repórter Brasil” e pela “Papel Social Comunicação” revelou que 90% dos produtos ilegais da Amazônia são comercializados na cidade de São Paulo. Sem a participação efetiva das empresas, monitorando a cadeia de valor e não comprando produtos de origem desconhecida, fica praticamente impossível identificar e punir os infratores.
A destruição da Amazônia está fortemente relacionada à economia de mercado. Madeireiras, frigoríficos e agroindústrias se beneficiam desta tragédia ambiental, porque podem comprar, a preços irrisórios, direto de fornecedores que estão na linha de frente do desmatamento e do trabalho escravo. Posteriormente, distribuem estes produtos a uma ampla rede de compradores. Quando as empresas, principalmente as “âncoras” de importantes setores econômicos, entram para valer nesta briga, o impacto positivo é quase imediato. O melhor exemplo é o que vem acontecendo na cadeia da carne. As três maiores redes de supermercados do país realizam um trabalho sério de monitoramento e orientação de seus fornecedores de carne, num processo que chega até a ponta do sistema, a fazenda. O trabalho começou em 2005, quando estas redes assinaram o Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, articulado pelo Instituto Ethos e OIT — Organização Internacional do Trabalho, entre outras entidades. Em quase quatro anos de monitoramento e orientação, não só a carne que chega ao consumidor tem origem garantida e mais qualidade, como os próprios produtores aprenderam a conduzir seus negócios de maneira diferente. Comprovaram que respeitar as leis trabalhistas, não desmatar e gerenciar os impactos socioambientais traz mais oportunidades de ganhar dinheiro, pois passaram a vender para outros clientes, inclusive fora do país.
O que as demais empresas aguardam para começar a aderir a compromisso semelhante? O consumidor brasileiro apoia e a cidadania agradece.
PARABÉNS Á PROFESSORA NAIR POR SER ESSA PESSOA MARAVILHOSA QUE DEUS TROUXE Á TERRA PARA FAZER O FUTURO DO NOSSO MUNDO Á SE TORNAREM MÉDICOS,PROFESSORES ASSIM COMO ELA E PARABÉNS ÁTODOS OS PROFESSORES DESSA UNIDADE DE ENSINO.OBRIGADO PROFESSORA POR EXISTIR.
ResponderExcluirNOME=NÚBIA PATRIK DE ALMEIDA.....8° ANO A
entendi que este texto fala que nos queremos floretas empe pelomenos é oque indica opequisa feita ONG eladis que boa parte dos brasieirosqueremfloerestas empe alo:Helton
Excluir8°anoA